“Corre por estes montes um vento desolador de miséria que não deixa florir as urzes nem pastar os rebanhos. O social juntou-se ao natural, e a lei anda de mãos dadas com o suão a acabar de secar os olhos e as fontes. Crestados e encarquilhados, os rostos dos velhos parecem pergaminhos milenários onde uma pena cruel traçou fundas e trágicas lendas. Na cara lisa dos novos pouca mais esperança há. (…) E foi por isso que fiz aqui uma promessa que te transmito: que estava certo de que tu, habitante dos nateiros da planície, terias em breve compreensão e amor pela sorte áspera destes teus irmãos. Que um dia virias ao encontro da aridez e da tristeza contidas nas suas fragas, como sensível criatura tocada pela magia da arte e chamada pelos imperativos da vida.”
Miguel Torga (in, prefácio à 2ª edição de “Novos Contos da Montanha”)
Retirado de: http://www.sabrosa.pt/turismo/roteiros/index.php?action=getDetalhe&id=1
Casa do Escritor Miguel Torga
Foi no passado dia 9 de Fevereiro de 2011 que juntamente com outros colegas nos dirigimos ao Município de Sabrosa para realizar um trilho pedestre a fim de avaliar a sua marcação no terreno.
São Martinho de Anta é uma freguesia portuguesa do concelho de Sabrosa, com 16,01 km² de área e de 870 habitantes (2001). Foi elevada a vila em 30 de Junho de 1999.
Muito frequentemente surge designada como São Martinho de Antas, mas o decreto que elevou a povoação a vila afirma expressamente que o nome da povoação deve ser escrito no singular, e não no plural.
É o local de nascimento do escritor e médico Miguel Torga, que baptizou Trás-os-Montes como o Reino Maravilhoso.
Retirado de: http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A3o_Martinho_de_Anta
Este trilho é composto por 6 etapas:
1ª Etapa (partida): Casa do escritor Miguel Torga
2ª Etapa Negrilho
3ª Etapa: Igreja Matriz de São Martinho de Anta
4ª Etapa: Fonte de Arcã
5ª Etapa:Mamoa 1 das Madorras
6ª Etapa (chegada): Igreja da Senhora da Azinheira
Ao longo deste percurso alguns painéis informativos informam-nos acerca de aspectos culturais, mapa,recomendações e cuidados a ter ,fauna, flora e arqueologia.
Caracterização da Flora
A flora é bastante abundante, encontramos por exemplo líquenes (organismos pioneiros formados pela associação altamente eficiente de uma alga verde com um fungo) como Rhizocarpon geographicum, muito característico netsas zonas graníticas, onde recobre a rocha conferindo-lhe um tom amarelo-esverdeado. também podemos observar fetos fissurícolas como a fentelha (Polypodium vulgare) que prefere as cavidades fissurais rochosas mais húmidas, menos expostas; ervas e arbustos como Saxifraga spathularis, o bem-me-quer-das-rochas, um malmequer raro das áreas montanhosas, Silene foetida, cravos silvestres e várias espécies do género Armeria que são raras e, algumas, exclusivas de Portugal (endemismos lusitânicos) como a Armeria transmontana. Estas plantas referidas estão caracteristicamente associadas ao substrato rochoso, no entanto existem outros organismos menos especializados que também conseguem sobreviver nestas condições, onde se foi formando e acumulando verdadeiro solo, são elas a azinheira (Quercus ilex spp rotundifolia), a carqueja (Pterospartum tridentatum), a giesta branca (Cytisus multiflorus) e o tojo (Ulex europaeus).
Caracterização da Fauna
Como acontece com a flora, na fauna também podemos encontrar animais que podem ou não ser exclusivos de meios rochosos. Assim, podemos encontrar aves como o melro-azul (Monticola solitarius), o rabirruivo (Phoenicurus ochruros), a andorinha-das-rochas (Ptyonoprogne rupestris), a gralha-de-nuca-cinzenta (Corvus monedula), o estorninho-preto (Sturnus unicolor), o corvo (Corvus corax) e o peneireiro (Falco tinnunculus). Por vezes podem aparecer algumas aves de rapina como o grifo (Gyps fulvus).
Podem ainda ser encontrados alguns répteis como a víbora-cornuda (Vipera latastei), o lagarto-comum (Lacerda lepida) e a sardanisca-ibérica (Psammodromus hispanicus), sendo estes últimos fáceis de detectar uma vez que, normalmente procuram sitios expostos sobre os blocos rochosos onde permanecem imóveis ao sol.
Encontramos ainda por todo este territótio aglomerados de pinheiro-bravo (Pinus pinaster) assim como toda a fauna e flora que lhe estão associadas.
Património Arqueológico
No percurso de S. Martinho de Anta podemos ainda encontrar a Mamoa I de Madorras com vestígios de pinturas e gravuras em alguns dos seus esteios, símbolo máximo do Megalitismo em Sabrosa.
A preocupação com a via para além da morte levou os Homens Pré-Históricos a construir estes dólmens ou antas reservados à deposição dos corpos ou restos ósseos de um número restrito de indivíduos.
Outro monumento existente neste território é o Castro de Sabrosa ou da Sancha.
Com uma importante implantação geoestratégica, sobranceiro ao rio Pinhão, o Castro de Sabrosa é já conhecido bibliograficamente desde o séc. XVIII, assumindo-se hoje como uma das principais estações arqueológicas da região do Douro.
As escavações aqui realizadas permitiram a identificação de uma acrópole, denominada pelos responsáveis como “reduto cimeiro” dominada por um torreão maciço em pedra que encosta parcialmente à 1ª muralha ou muralha principal do povoado de onde se acedia para um recinto murado em cujo interior se podem observar estruturas habitacionais de tipologia variada, portas e rampas de acesso.
Verdadeiramente imponentes são as três cintas da muralha construídas com enormes e bem afeiçoados blocos graníticos.
- Não saia do trilho limitado pelo Mapa
- Use roupa e calçado confortável e adequado à época do ano
- Não deite lixo para o chão, levando-o até ao caixote mais próximo
- Não faça lume
- Respeite a fauna e a flora, não recolha plantas, nem apanhe animais
- Desfrute da natureza, evitando fazer barulho
- Seja simpático com os habitantes locais
- Recomenda-se o uso de binóculos para a observação da avifauna.
Retirado de: http://www.sabrosa.pt/turismo/roteiros/index.php?action=getDetalhe&id=1
Após realização deste percurso podemos avaliar e apontar algumas falhas técnicas que poderiam ser melhoradas ou mesmo rectificadas. Propusemo-nos a fazer uma avaliação das marcações de percurso. Para tal, contamos colaboração dos professores Luís Quaresma e António Serôdio, docentes do departamento de desporto de aventura e lazer da Universidade de Trás os Montes e Alto Douro.
Na chegada a São Martinho de Anta, deparámo-nos desde logo com a falta de um painel informativo com a marcação de percurso. Contudo existia um painel no largo de Eiró, indicando o início do percurso. Na nossa opinião, este encontra-se razoavelmente marcado, no entanto encontramos alguns erros dois quais passaremos a referir:
- percurso marcado apenas num sentido;
- marcação de percurso colocada lateralmente, dificultando a sua visualização por parte do caminhante, devendo no nosso ponto de vista estar colocada frontalmente;
- marcação excessiva em alguns cruzamentos e por vezes insuficiente noutros, dificultando a progressão do caminhante;
- falta de informação relativamente ao declive do trilho.
Concluindo, podemos dizer que este percurso tem algumas falhas, no entanto nem tudo merece críticas pois durante a caminhada podemos observar interessantes pontos geológicos e arqueológicos dos vales de Trás - os - Montes.
Já com o percurso concluído, dirigimo-nos ao NaturWaterPark, um parque recreativo ainda em construção, localizado a quinta do Barroco, Vila Real. Com intuito de informação ou mesmo oportunidade profissional, conhecemos o espaço e o projecto ainda em execução.
Este parque de diversões do Douro, pretende ser o primeiro parque ecológico em Portugal, que incluirá um parque de campismo 4*, parque aquático para adultos e crianças, animal park, mini golf, ténis, hidromassagens, driving range, aventure park, pistas de gelo etc.
Mais informações em: http://www.naturwaterpark.pt/
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